terça-feira, 12 de abril de 2011

Jornalismo económico responsável e crítica

Um dos pilares do estado de direito é a existência de imprensa democrática. A desigualdade em termos de acesso à informação caracteriza uma imperfeição de mercado que dificulta a eficiência na tomada de decisões dos agentes económicos e implica numa afectação sub-optima dos recursos, limitando consideravelmente o potencial de desenvolvimento de países.

No mundo de hoje, de mudanças rápidas e continuas a capacidade de identificar os problemas existentes e de investigar por soluções originais e criativas marca a diferença entre ganhadores e perdedores.O acesso à informação é uma condição necessária para o sucesso de qualquer organização pelo facto de reduzir as incertezas, facilitar a tomada de decisões e melhorar a eficiência dos mercados. O Jornalismo económico permite aumentar a disponibilidade de informação e diminuir a assimetria de informação, melhorando o ambiente competitivo com benefícios para toda a sociedade.

Entretanto, de nada adianta a maior disponibilidade de informação se os leitores não tem capacidade de analisar e discutir inteligente e racionalmente a opinião dos jornalistas. Na ausência de capacidade critica e discernimento por parte dos leitores a opinião fundamentada no “achismo”, preconceitos ideológicos e/ou partidarios e com propósitos de doutrinação vira informação. Neste caso, ao invés da midia “libertar” os leitores, nota-se autênticos “agarados” ideológicos, intolerantes e com limitada capacidade de participar em um espaço de debate sem atacar, ridicularizar, desrespeitar, humiliar e apontar defeitos da pessoa que ousar contrariar a sua crença, numa logica de que “tudo vale”, mesmo a violação de normas.

Na falta de argumentos, muitos jornalistas económicos recorrem a chavões, termos técnicos (economês), vocabulário exótico, persuassão, recursos retóricos entre outros instrumentos de terrorismo intelectual, que acabam por virar fetiche.

Geralmente, a midia controla as informações a serem repassadas ao publico e esse monopólio se configura como um atentado ao estado de direito mesmo sob o manto do argumento de “imprensa livre”. Mais essencial do que a pretensa liberdade de imprensa é a imparcialidade e “imprensa democratica”.

Importante também é o estabelecimento de mecanismos que garantem o cumprimento das normas e regras de conduta estabelecidas para evitar a situação de anomia social e estado de barbárie - que é o retrocesso do estado de direito para o estado de natureza -onde valores sociais e institucionais se deterioram, onde acontece a proliferação de ataques á honra, dignidade e integridade de pessoas, sem que haja punição.

A informação é um bem publico, influencia o comportamento e decisões na sociedade, estimula a cidadania, participação e espirito de pertença. A regulação da midia é importante e pode ser um instrumento eficaz na edificação do estado de direito, reforço da nossa democracia e contribui de certa forma para acelerar a derrota da sabedoria convencional que tanto tem atrapalhado a percepção real da nossa economia e fornecer abertura para a adopção de medidas adequadas para o desenvolvimento do país.

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