A economia solidaria parece ser
uma opção factível para o governo promover o desenvolvimento e permitir maior
inclusão socioprodutiva de grande parcela da população. Grande parte dos
aspetos formais para o sucesso dos empreendimentos de economia solidaria já
estão criadas porém, um dos maiores desafios para o desenvolvimento desta
modalidade de organização do sistema económico encontra-se nos aspetos
informais tais como a pouca inteligência financeira e pouca inteligência social,
que está relacionada com os aspetos de solidariedade, organização social, redes
sociais, confiança mútua, entre ajuda, reciprocidade, compromisso cívico entre
outros, cujo deficit tem condicionado o sucesso de varias instituições
fundamentais (ex: famílias, cooperativas, associações etc).
Um dos aspetos informais que
condiciona de forma evidente a sobrevivência e o sucesso é a inteligência
financeira dos empreendedores na área da economia solidaria, algo que não é
ensinado no sistema formal de ensino e que a sociedade de certa forma tem dado
pouca atenção. O assunto “dinheiro” tem sido ignorado em todas as esferas da
sociedade e muitos adultos tem demonstrado limitada maturidade para tratar o
“dinheiro” com inteligência e estratégia para tirar proveito do seu bom
manuseio. Portanto, a pouca educação financeira tem condicionado o sucesso de
muitos empreendimentos especialmente nos negócios inseridos na economia solidária
(onde muitos empreendedores, ingenuamente, não são exigentes consigo mesmo
sobre a melhoria da sua capacitação em lidar com o dinheiro e estratégia
organizacional etc).
A educação financeira
basicamente tem como objetivo desenvolver a competência em lidar com o
dinheiro, evitando atitudes precipitadas ou emocionais na hora de investir.
Muitos empreendimentos não conseguem sustentar o sucesso devido á pouca
inteligência financeira dos seus promotores. Isto é, vários empreendedores, com
pouca educação financeira, não conseguem fazer uma boa gestão do fluxo de caixa
e por vezes encontram-se em situações em que não conseguem pagar suas contas e
honrar compromissos. Geralmente, a pouca educação financeira não permiteque o
empreendedor perceba a importância da poupança e do reinvestimento para a
sustentabilidade dos negócios e, frequentemente eles não conseguem implementar
nem o fundo de maneio, correndo risco de falência.
Muitas vezes a promoção da
economia solidaria vem associada a estruturas de microfinanças para apoiar os
investimentos. A facilidade no acesso ao crédito não pode ser confundido com
relaxamento em termos de compromissos com a gestão criteriosa do dinheiro. É
imprescindível que as entidades de financiamento adotem serviços de assistência
técnica para promover a educação financeira.
É imprescindível melhorar a
compreensão dos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com mais
informações, formação e orientação pode-se conhecer melhor as oportunidades e
riscos e, poder fazer melhores escolhas e desta forma aumentar as chances de
sucesso dos negócios da economia solidaria.
1 comentários:
Bem visto...
A falta de educação financeira traz muita limitação para o crescimento económico do país.
Porque quando numa sociedade as pessoas que não tem o abito de poupar e investir raramente conseguem ter uma vida financeira estável e isso automaticamente vai influenciar no crescimento económico, com essa pandemia observa-se que a falta de educação financeira em Cabo Verde é muito alta.
Por isso é importante investir na educação financeira nas escolas; fazer palestra onde qualquer pessoa pode participar para poder adquirir conhecimento acerca da educação financeira.
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