terça-feira, 5 de maio de 2020

Educação financeira para os empreendedores da economia solidaria


A economia solidaria parece ser uma opção factível para o governo promover o desenvolvimento e permitir maior inclusão socioprodutiva de grande parcela da população. Grande parte dos aspetos formais para o sucesso dos empreendimentos de economia solidaria já estão criadas porém, um dos maiores desafios para o desenvolvimento desta modalidade de organização do sistema económico encontra-se nos aspetos informais tais como a pouca inteligência financeira e pouca inteligência social, que está relacionada com os aspetos de solidariedade, organização social, redes sociais, confiança mútua, entre ajuda, reciprocidade, compromisso cívico entre outros, cujo deficit tem condicionado o sucesso de varias instituições fundamentais (ex: famílias, cooperativas, associações etc).

Um dos aspetos informais que condiciona de forma evidente a sobrevivência e o sucesso é a inteligência financeira dos empreendedores na área da economia solidaria, algo que não é ensinado no sistema formal de ensino e que a sociedade de certa forma tem dado pouca atenção. O assunto “dinheiro” tem sido ignorado em todas as esferas da sociedade e muitos adultos tem demonstrado limitada maturidade para tratar o “dinheiro” com inteligência e estratégia para tirar proveito do seu bom manuseio. Portanto, a pouca educação financeira tem condicionado o sucesso de muitos empreendimentos especialmente nos negócios inseridos na economia solidária (onde muitos empreendedores, ingenuamente, não são exigentes consigo mesmo sobre a melhoria da sua capacitação em lidar com o dinheiro e estratégia organizacional etc).

A educação financeira basicamente tem como objetivo desenvolver a competência em lidar com o dinheiro, evitando atitudes precipitadas ou emocionais na hora de investir. Muitos empreendimentos não conseguem sustentar o sucesso devido á pouca inteligência financeira dos seus promotores. Isto é, vários empreendedores, com pouca educação financeira, não conseguem fazer uma boa gestão do fluxo de caixa e por vezes encontram-se em situações em que não conseguem pagar suas contas e honrar compromissos. Geralmente, a pouca educação financeira não permiteque o empreendedor perceba a importância da poupança e do reinvestimento para a sustentabilidade dos negócios e, frequentemente eles não conseguem implementar nem o fundo de maneio, correndo risco de falência.

Muitas vezes a promoção da economia solidaria vem associada a estruturas de microfinanças para apoiar os investimentos. A facilidade no acesso ao crédito não pode ser confundido com relaxamento em termos de compromissos com a gestão criteriosa do dinheiro. É imprescindível que as entidades de financiamento adotem serviços de assistência técnica para promover a educação financeira.

É imprescindível melhorar a compreensão dos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com mais informações, formação e orientação pode-se conhecer melhor as oportunidades e riscos e, poder fazer melhores escolhas e desta forma aumentar as chances de sucesso dos negócios da economia solidaria.

1 comentários:

Verónica Barbosa disse...

Bem visto...
A falta de educação financeira traz muita limitação para o crescimento económico do país.
Porque quando numa sociedade as pessoas que não tem o abito de poupar e investir raramente conseguem ter uma vida financeira estável e isso automaticamente vai influenciar no crescimento económico, com essa pandemia observa-se que a falta de educação financeira em Cabo Verde é muito alta.
Por isso é importante investir na educação financeira nas escolas; fazer palestra onde qualquer pessoa pode participar para poder adquirir conhecimento acerca da educação financeira.

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