sábado, 16 de maio de 2020

Remessas de emigrantes



Todo ano nota-se grande movimento de emigrantes para tratar de formalidades relacionados ao despacho aduaneiro de automóveis e/ou a tratar dos documentos de legalização dos terrenos e residências construídas. Um aspeto que impressiona é a pouca diversificação dos “ativos” dos emigrantes.
A mobilização da poupança externa sempre foi um dos principais objetivos do Governo de Cabo Verde para dinamizar a economia Nacional. O contributo dos emigrantes sempre foi imprescindível para a sobrevivência das famílias e do país. Não obstante as várias tentativas de políticas do Governo para atrair maior capital da diáspora, nota-se que os resultados não foram efetivas para a dinamização de um sector empresarial nacional que possa reduzir o elevado desemprego no País e promover o desenvolvimento regional. Grande parte da poupança externa (remessas dos emigrantes) foram aplicados em bens de consumo duráveis (automóveis e casas), com pouco efeito multiplicador na economia em vez de serem orientados para o investimento em bens de capital.
Os mecanismos de incentivos adotados não foram eficientes para direcionar os investimentos dos emigrantes por forma a gerar emprego e promover o desenvolvimento regional através da acumulação de capital.
Varias iniciativas de promoção de empresas por parte dos emigrantes foram implementadas porém, com poucos resultados tendo em consideração que o sucesso no mundo de negócios depende de uma série de fatores pessoais, institucionais e uma estrutura de apoio que possa permitir aos empresários recorrer de ajudas necessárias para ganharem confiança e persistir no negócio isto é, muitos emigrantes podem não ter as capacidades empreendedoras necessárias para se aventurarem no mundo dos negócios e neste sentido poderiam participar como acionistas nas oportunidades de negócios identificadas.
A poupança dos emigrantes é o dinheiro mais caro que temos pois está associada a um elevado custo social e muita tristeza na sua origem (enorme sacrifício familiar, separação, discriminação, ausência, etc) e por isso, deve ser um dever moral do Governo garantir maior eficiência na afetação deste precioso e custoso recurso. Devendo criar, para tanto, as instituições necessárias para dar maiores garantias ao “emigrante investidor” e lhe orientar nas opções de investimento.
As remessas de emigrantes podemdar maior contributo ao desenvolvimento do País e ajudar a combater os principais flagelos económicos associado ao desemprego e desenvolvimento regional porém, por exemplo, a mobilização poderia ser feita através da criação de fundos de investimentos para garantir melhor afetação das remessas e aumentar as chances de sucesso dos empreendimentos.
Será uma grande irresponsabilidade do Governo não ajudar efetivamente os emigrantes na afetação dos seus escassos recursos.

1 comentários:

YaniqueVR disse...

Exatamente, se tiveram mais incentivos ou menos burocracia, talvez um espelho para investimento rentaveis para nossa economia seria diferente.

Enviar um comentário