Todo
ano nota-se grande movimento de emigrantes para tratar de formalidades
relacionados ao despacho aduaneiro de automóveis e/ou a tratar dos documentos
de legalização dos terrenos e residências construídas. Um aspeto que impressiona
é a pouca diversificação dos “ativos” dos emigrantes.
A
mobilização da poupança externa sempre foi um dos principais objetivos do
Governo de Cabo Verde para dinamizar a economia Nacional. O contributo dos
emigrantes sempre foi imprescindível para a sobrevivência das famílias e do
país. Não obstante as várias tentativas de políticas do Governo para atrair
maior capital da diáspora, nota-se que os resultados não foram efetivas para a
dinamização de um sector empresarial nacional que possa reduzir o elevado
desemprego no País e promover o desenvolvimento regional. Grande parte da
poupança externa (remessas dos emigrantes) foram aplicados em bens de consumo
duráveis (automóveis e casas), com pouco efeito multiplicador na economia em
vez de serem orientados para o investimento em bens de capital.
Os
mecanismos de incentivos adotados não foram eficientes para direcionar os
investimentos dos emigrantes por forma a gerar emprego e promover o
desenvolvimento regional através da acumulação de capital.
Varias
iniciativas de promoção de empresas por parte dos emigrantes foram implementadas
porém, com poucos resultados tendo em consideração que o sucesso no mundo de
negócios depende de uma série de fatores pessoais, institucionais e uma
estrutura de apoio que possa permitir aos empresários recorrer de ajudas
necessárias para ganharem confiança e persistir no negócio isto é, muitos
emigrantes podem não ter as capacidades empreendedoras necessárias para se
aventurarem no mundo dos negócios e neste sentido poderiam participar como
acionistas nas oportunidades de negócios identificadas.
A
poupança dos emigrantes é o dinheiro mais caro que temos pois está
associada a um elevado custo social e muita tristeza na sua origem (enorme
sacrifício familiar, separação, discriminação, ausência, etc) e por isso, deve
ser um dever moral do Governo garantir maior eficiência na afetação deste
precioso e custoso recurso. Devendo criar, para tanto, as instituições
necessárias para dar maiores garantias ao “emigrante investidor” e lhe orientar
nas opções de investimento.
As
remessas de emigrantes podemdar maior contributo ao desenvolvimento do País e
ajudar a combater os principais flagelos económicos associado ao desemprego e
desenvolvimento regional porém, por exemplo, a mobilização poderia ser feita
através da criação de fundos de
investimentos para garantir melhor afetação das remessas e aumentar as
chances de sucesso dos empreendimentos.
Será
uma grande irresponsabilidade do Governo não ajudar efetivamente os emigrantes
na afetação dos seus escassos recursos.
1 comentários:
Exatamente, se tiveram mais incentivos ou menos burocracia, talvez um espelho para investimento rentaveis para nossa economia seria diferente.
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