quinta-feira, 21 de maio de 2020

Limitações culturais à Educação financeira


Segundo a OCDE, Educação Financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que com informação, formação e orientação claras possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidose, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda, adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar e, assim, tenham a possibilidade de contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro.

A educação financeira encontra-se associada á habilidade individual para tomar decisões apropriadas na gestão financeira e criar uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro.

Os nossos costumes, as nossas tradições, crenças e valores acabam por moldar o nosso “modelo mental do dinheiro” e frequentemente, se o assunto dinheiro não é adequadamente tratada, pode-se frequentemente encontrar indivíduos adultos imaturos em lidar com o dinheiro e sem a verdadeira dimensão do dinheiro na sua vida. Comprando tudo por impulso para satisfazer vaidades e caprichos. Sem resistir ao gasto supérfluo.

Embora sendo consensual a importância da educação financeira, existem algumas restrições culturais que faz com que o enriquecimento ainda é visto por muita gente como uma evidência incontestável de que o individuo possui “Kontratu ku xuxu” e, os indivíduos bem-sucedidos financeiramente, seja alvo de desconfiança, discriminação e isolamento social.

Neste contexto, é muito difícil prosperar a ideia do “empreendedor” e, as decisões de uso do dinheiro são tomadas numa logica de curto prazo, com medo de acumular riquezas e ostentar algo visível que possa atrair atenção e repressão social, como se, de algo de muito grave, se tratasse.

O uso inteligente do dinheiro é um desafio que a nossa sociedade tem pela frente principalmente, neste contexto de agravamento do endividamento de famílias, empresas e do próprio Estado. A necessidade de sobrevivência dos nossos empreendedores neste ambiente cada vez mais competitivo impõe que a literacia financeira seja um assunto que não pode ser negligenciado. Deve-se promover as boas práticas e moldar comportamentos, hábitos e posturas em relação ao dinheiro. As crenças populares, que dificultam seriamente a educação financeira devem ser erradicadas.

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